Aromaterapia - Óleos Essenciais

AROMATERAPIA

Um tratamento natural que utiliza o sentido do olfato para absorver as propriedades curativas presentes nas moléculas químicas que formam o perfume das plantas aromáticas.

Os óleos essenciais são extraídos por diferentes métodos de extração, de forma altamente concentrada. O uso dos óleos essenciais é feito por médicos, enfermeiros, profissionais da saúde, como também por leigos, através de métodos simples e eficazes.

Tipos de Aromaterapia:

Abordagem Clínica: A atenção é voltada para a ação química dos OE no tratamento do sistema imunológico. Surgiu na França e é representada por alguns médicos como Valnet, Penoel e Francômme e o bioquímico Renné Gatefossé.

Abordagem Holística: Empregada na massagem e outras terapias energéticas, visando restauras equilíbrio entre corpo, mente e espirito, empregando os efeitos psicossomáticos dos óleos essenciais. É representada pelo trabalho de Marguerite Maury, Robert Tiserrand, Patricia Davis e Shirley Price.

Abordagem Aromacológica: Estuda as aplicações cosméticas dos óleos essenciais. Representada principalmente por Anette Green.

O que são os Óleos Essenciais:

As plantas aromáticas possuem um metabolismo secundário, que na natureza tem uma função de proteção e atração. Esse metabolismo fez com que as plantas gerassem as moléculas aromáticas. Essas plantas se diferenciam das demais por produzirem um princípio ativo, denominado de óleo essencial, que atuam como hormônios do Reino Vegetal.  

No processo evolutivo a espécies coníferas (cedros e pinheiros) foram as primeiras a produzir estas moléculas aromáticas para sobreviver às neves. Essas moléculas aromáticas traziam proteção as árvores, tendo um odor e sabor mais forte, repelindo animais e resistindo ao congelamento.

Cada vegetal que tem esse metabolismo secundário produz as moléculas para diferentes funções: atrair abelhas e insetos para polinização, proteção, reserva energética e etc. E também produzem estas moléculas em estruturas diferentes como raízes (gengibre e vetiver), flores (lavanda, ylang ylang, néroli, rosas), frutos (funcho, may Chang), madeira (sândalo, pau rosa), folhas (hortelã, manjericão, alecrim, tomilho), de acordo com a sua necessidade.

Os OE’s são substâncias lipofílicas (possui afinidade com gorduras) e voláteis. Extratos vegetais altamente concentrados que contém compostos orgânicos,  moléculas químicas responsáveis pela ação antisséptica, antimicrobiana, relaxante, estimulante e etc.

Estes óleos condensam as forças vitais e espirituais das plantas na forma material. Por isso agem no nível biológico fortalecendo as defesas naturais do corpo e equilíbrio do sistema endócrino e no nível psíquico com uma ação de auto-regulação. Podemos dizer que os óleos essenciais representam o espírito, a alma da planta, a forma mais concentrada da energia vegetal.

Métodos de extração dos Óleos Essenciais:

- Destilação por arraste à vapor

- Destilação à vapor seco

- Prensagem à frio

- Turbodestilação

- Hidrodifusão

- Extração por meio de solventes

- Enfloragem

- Extração por fluído supercrítico

Como citado anteriormente, cada planta produz a molécula aromática em estruturas diferentes e para cada uma é indicada uma forma de extração diferente de acordo com as suas particularidades, como flores mais delicadas ou estruturas mais densas, visando ter o melhor desempenho olfativo e componentes químicos mais ricos.

Essências x Óleos Essenciais:

É importante saber diferenciar um óleo essencial de uma essência sintética.

O Óleo essencial é um produto 100% natural extraído de plantas aromáticas, enquanto as essências são produzidas em laboratório, sintetizadas quimicamente. As essências são usadas unicamente para perfumaria. Elas não são facilmente absorvidas pelo corpo – o que pode acarretar efeitos colaterais -  e não trazem efeito terapêutico.

A aromaterapia só é praticada com o uso de óleos essenciais, nunca com essências sintéticas. Enfatizamos esse tópico pois pode ser nocivo à saúde a substituição. Por exemplo, em uma inalação com água quente, se feita com essência sintética, poderá acarretar em fortes dores de cabeça, pois as moléculas sintéticas obstruem os receptores químicos presentes nas membranas das células, congestionando-as e impedindo que recebam os sinais químicos emitidos pelo SNC.

Por outro lado, os Óleos Essenciais, quando usados com a devida orientação, são rapidamente metabolizados pelo organismo: são absorvidos, trocam informações com as células e depois são excretados, pelo suor ou urina.  

Formas de utilização:

Existem diversas formas de aplicação dos óleos essenciais como massagens, banhos, fricções, escalda pés, saunas, compressas, inalações, aromatização de ambientes, loção de pele, hidratação de cabelo, óleo facial e capilar, higiene bucal, uso tópico.

Os óleos essenciais são extremamente concentrados, por isso se usa muito na aromaterapia que menos é mais. O óleo essencial quando diluído em um carreador como o óleo vegetal é muito melhor assimilado pelo corpo. Alguns óleos como a canela, o cravo, tomilho podem ser dermoagressivos para a pele, por isso é importante observar as contraindicações de cada óleo.

As diluições em óleos vegetais para compor óleos de massagem por exemplo, se fazem na proporção de 1 a 2,5%.

Em uma sinergia, também é importante a volatilidade do óleo. Todos os óleos essenciais são voláteis, mas a velocidade com que ele se vaporiza são diferentes para cada óleo. O óleo essencial libera notas altas, médias e baixas, dependendo do número de carbonos que formam sua molécula.

Notas Altas, Notas de Cabeça ou Notas de saída:

Moléculas menores, mais voláteis que permanecem perceptíveis entre 15 minutos e 4 horas.

Provocam a primeira percepção do aroma que estamos experimentando, evaporam-se rapidamente. Encontram-se neste nível aromático muitos OE extraídos da casca de cítricos e de folhas. Compõe entre 10% a 15% da sinergia total.

Ex.: tangerina, limão, laranja, bergamota, mentas, louro, lemongrass, anis, manjericão, eucalipto, may shang e grapefruit.

Notas Médias ou Notas de Corpo:

 Também conhecidas por Alma do Cheiro, Coração do Perfume ou Notas Florais. Esse aroma evapora mais lentamente, permanecendo no ar entre 3 a 24 horas. Geralmente são OE extraídos de flores, pétalas ou botões de flores. Compõe entre 40% a 80% da sinergia total.

Ex.: tomilho, cravo botão, rosa, jasmim, ylang ylang, anis, gerânio, lavanda, sálvia, verbena, camomila.

Notas Baixas ou Notas de Fundo:

São a base do perfume. Possuem uma consistência viscosa, com baixa capacidade de volatilização, baixo ponto de evaporação e difusão lenta; após seis horas, ou mesmo dias, ainda podemos sentir o odor remanescente das moléculas mais pesadas, menos voláteis e mais persistentes das notas baixas. Pertencem a esse grupo as resinas, bálsamos e gomas, extraídos de madeiras, raízes ou cascas. Deverá compor 5% da sinergia.

Ativam a respiração e purificam o ar em ambientes fechados.

Ex.: copaíba, sândalo, benjoin, bálsamo do peru, patchouli, vetiver, cedro, olíbano, mirra, bétula, gengibre, cipreste, cenoura, cravo folha.

Dica prática:

A melhor maneira de compor uma sinergia é colocar todos os OE juntos antes de adicionar o carreador (óleo vegetal, álcool de cereal, base de xampu ou creme). Isso permite que as moléculas se unam e formem a sinergia. Assim, o efeito geralmente é melhor do que se adicionar as partes pouco a pouco.